segunda-feira, 29 de maio de 2017

DIAS DESSES


Marlete Alves
6ª Edição - Sergipe


Eu sou passageira da vida
Nas costas carrego a mala
Secando a testa suada
Esfregando com a manga da camisa
Já trilhei por terras distantes
Já comi o pão amassado
Pelos pés do próprio diabo
Com recheio de faca cortante
Cada passo que dei eu contei
Mas num ponto estranho perdi
Foram tantas as contas que fiz
Que a ponta do lápis quebrei
Fui deixando os fardos mais leves
Os pesados carregos em ruína
Os castigos que a Cristo se deve
Eu não sei se devo ainda
Ajoelho na beira da estrada
Solto o cão e abro a mala
De pecados que Deus extermina
Mas na fé eu fico mais forte
Vou andar minha vida todinha
Vou abrindo a mala que é minha
Dia desses eu encontro a sorte.

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