domingo, 30 de julho de 2017

SAUDADE

Daniela Bento
8ª Edição - Sergipe

As pedras do meu abismo ainda não encontraram todos os lugares no fundo de mim. Elas buscam o melhor lugar para encanlhar, buscam o oculto, o silencio.  Eterna busca! Penso que meus abismos são feito de medos, e minhas trilhas iluminadas pelo sonho do porvir.

Em noites, me visto no manto do desejo ardente das coisas “improvadas”, as que ainda não degustei com a ponta da minha língua ardente. Miro o longe, e se estou aos pés do mar, pesco alguma solidão latente no alvejar de uma jangada. E se me lanço à praia, imagino cardumes de saudades a nadar em meus oceanos intransponíveis.

 Não sei que rumo sigo  eu, nessa noite.  Apenas perco-me à procura de uma palavra que enfeite uma frase.  Bebo olhares, colho risos, oferto abraços, algum adorno capaz de traduzir os silêncios de mim.

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