sábado, 1 de julho de 2017

ÁGUA NA TORNEIRA


Ilma Borges
7ª Edição - Rio Grande do Sul


Devaneios, frisson, vontade absoluta
Uma língua áspera sorvendo o líquido límpido e transparente
Uma necessidade de vida e morte
Enquanto não atingido, miados estridentes, insuportáveis
Os habitantes da casa já conhecem
A rotina se repete algumas vezes ao dia
Agora, já velho, precisa de mais ajuda
Além de abrir e fechar a torneira
Precisa ajuda para subir e descer da pia
É um ser tão cativante, tão sedutor
Que já tem súditos à disposição
A hora da água na torneira
Não é discutida, é sagrada.

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