terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

*CANTO



Janaína da Cunha
2ª Edição – Rio de Janeiro

"Não tenho medo do grito dos maus. Tenho medo do SILÊNCIO dos bons."
Por isso eu canto.

Canto promessas insanas ao vento sem saber onde vão cair.
Canto dores sombrias, Almas sem rostos e sentimentos que nunca senti.
Canto no canto do silêncio de quem não tem voz
infinitas palavras para quem não deseja ouvir.
Canto nos quatro cantos o canto melancólico dos desgraçados,
as faces camufladas dos preconceitos
e as maldades escondidas por trás das máscaras.

Ignoro a todo instante os apelos vãos de quem clama por minha "sensatez"
e me rebelo diante da imagem distorcida que vejo no espelho.
Quem sou eu?
Quem são vocês?
Não acredito que a destruição do mundo é culpa dos canalhas e corruptos.
Mentira... Mentira!!
A culpa é da omissão de quem se cega,
da surdez de quem finge não escutar
e da boca covarde que se cala diante da indignação.

Levanto minha voz contra a hipocrisia e o comodismo dos que me cercam e canto.
Sim!! Eu me atrevo e canto!

Canto as lágrimas dos inocentes,
a angústia da mãe que reza
e o pai que volta pra casa de mãos vazias.
Eu canto a fome dos miseráveis,
os pesadelos de quem dorme na impunidade
e os demônios deitados em camas ricas de uma consciência sem lei.

Eu canto mesmo sem saber cantar
porque a pimenta que arde na sua língua
é a Poesia Viva que queima em mim!


*Homenagem à Martin Luther King.

Nenhum comentário:

Postar um comentário