Salete Nascimento
1ª Edição - Sergipe
A noite traz na sua calma
O fantasma que devora o tempo.
O tempo traz no seu silêncio
A utopia que aos poucos me devora
Esses dois me apavoram.
Dentro do ventre do tempo
Guardo meus versos traçados
Que se perpetuarão
Sob um ponto desconhecido
Enquanto isso, permaneço
Buscando um tempo sinistro.
Também devoro meus pensamentos
E com eles, rabisco
A caneta vazada vai manchando
Meus dedos
E esses vão manchando
Dos primeiros aos últimos versos
Que construo nessa imprecisa
E absoluta noite calma e fantasmática.
Agora, entendo, que devo estrangular
O passado e abrir uma via para o futuro
E lá, distante, no silêncio
Extrair o que foi arquivado
No hoje, que amanhã, já não será mais hoje.
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